Crítica | 'To My Star 2' tenta ser profunda, mas cai num melodrama exagerado.

Segundas temporadas sempre são um tabu no mundo BL. Mas quando a sequência da amada "To My Star" foi anunciada todos estavam animados: parecia ser um time hábil que não faria a série cair na maldição da sequência. Ledo engano.

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Um dia o ator SeoJoon encontra um seco bilhete de seu até então namorado dizendo: terminamos. Por um ano, Jiwoo desapareceu até que SeoJoon o reencontra. Em busca de respostas mas tratado com desprezo, será que SeoJoon ainda conseguirá ter Jiwoo de volta?

Um dos grandes diferenciais de "To My Star 2" foi o aumento da escala. O triplo de tempo, mais locações e personagens e um investimento consideravelmente mais alto fazia parecer que teríamos uma riqueza maior na trama, contudo a sensação ainda é de uma produção básica. Woohyeon como SeoJoon é sem dúvidas o grande destaque: alguém carismático, que se preocupa de mais com os outros, mas atrapalhado e quebrado por dentro. O ator entrega uma performance tão cativante que nos faz aguentar o melodrama sem fim que a segunda temporada se propôs.

O grande problema da sequência é que ela se propôs a explorar questões mentais de seus protagonistas, mas gastou diversos episódios com sub tramas inúteis, como o desaparecimento de uma garota, surgimento de uma ex que pouco agregou e até mesmo um personagem secundário querendo ser Idol. Havia um escopo muito fértil pra se falar: desde o estresse pós traumático de SeoJoon a depressão e complexo de inferioridade de JiWoo, contudo tudo isso foi deixado para curto trechos dos 3 últimos episódios desgastando o público com humilhações sucessivas que fez a audiência se questionar porque deveriam torcer por esse casal. A reconciliação em específico foi rápida, com uma performance sem brilho, e a resolução das demais tramas com excessos de conveniências. Ainda fomos brindados com uma comédia involuntária com a grande justificativa do porquê de tudo isso pela parte de JiWoo: o personagem não se lembra mais. Mas os 20 minutos de fofura do casal foram o suficiente para boa parte da audiência comprar essa jornada como válida.

A série sofre além do roteiro fraco de uma montagem confusa e prolixa, com idas e vindas no tempo constantes. Cortes bruscos e mudança de núcleos ríspidas e pouco fluidas também afetaram. A direção pouco inspirada não ajudou o texto que acreditava que estava fazendo algo inovador, mas só foi frustante.

"To My Star 2" perto de suas colegas coreanas pode parecer algo acima da média, é inegável que houve uma tentativa de entrega acima da média, mas se perdeu em sua própria proposta num dramalhão desnecessário com resoluções mal feitas. Já passou da hora de parar de querer sequências de BLs.

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