Com uma equipe de bagagem e dois atores multipremiados, "Bad Buddy" era uma das grandes apostas da GMMTV para 2021. Mas será que uma trama trivial pode ser marcante assim?
Seguimos aqui duas famílias que são rivais há anos e transferiram essa rivalidade para seus filhos Pat e Pran. A relação dos dois sempre flutuou entre amizade e inimizade, e ao menos da parte de um parecia ir além. Mas seus pais jamais deixariam eles se aproximar de fato.
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A ideia de "Bad Buddy" ficou bem clara desde o início: a própria equipe dizia que queria uma série BL "pura", em contraste a obras anteriores da equipe que mesclavam com elementos de lakorns. E pode-se dizer que o time foi extremamente bem sucedido nisso! Bad Buddy é sim uma elevação da fórmula clássica do BL tailandês e apesar de não trazer grandes inovações narrativas, temos gratas surpresas de diálogos que vão na contra mão de elementos batidos da indústria. A trama da série é bastante básica na verdade e é inegável que o sucesso trazido na execução é graças à experiência e excelente performance do duo principal, Nanon e Ohm. Na mão de atores menos habilidosos, "Bad Buddy" poderia ter um resultado bem aquém. E é com as cenas de afeto e interação da dupla que temos os pontos mais altos da série, onde se tornou impossível do público não se apaixonar pelos protagonistas.
Contudo, a elevação de uma fórmula clássica vem consigo alguns defeitos. Apesar de significativos avanços em pautas apresentadas em alguns diálogos, a série sofreu um problema de ritmo significativo. Seus primeiros episódios eram mornos tal qual a resposta da audiência à serie naquela altura. Com uma virada forte em meados da narrativa, a série cresceu e mostrou um potencial imenso em seus episódios 5 a 7. Infelizmente o roteiro parecia não ter coragem de ir até o fim com a construção dos conflitos e mesmo coisas graves que aparentavam gerar consequências irremediáveis eram resolvidas em 2 blocos do episódio. Em especial na reta final, há uma sensação de falta de consequência e nenhuma resolução dos conflitos. Devido à boa química dos personagens, os momentos de afeto são tão bem construídos que faz essas incoerências do roteiro passarem batidas.
Ainda é perceptível que alguns aspectos técnicos deixaram a desejar. Foram erros de continuidade frequentes na montagem a uma sonoplastia fraca (com barulhos do microfone sendo frequentes), de certa forma compreensível devido às restrições nas quais a série foi gravada.
Apesar de alguns percalços, é inegável a excelência de "Bad Buddy" no que se propôs: uma comédia romântica leve e descompromissada, que trás para a audiência um conforto difícil de ser batido. Sendo um BL clássico tailandês, até em seus defeitos, podemos dizer que a série foi a epítome do que a demografia do país pode apresentar em termos de séries "feel good".
"Bad Buddy" é um marco de popularidade do BL tailandês sem precedentes no ocidente. A série mostra que um bom trabalho de atuação e interação dos protagonistas é o grande trunfo da indústria. Ohm e Nanon conseguiram fazer de uma trama trivial algo inesquecível.
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