Crítica | 'Given' é uma boa adaptação subestimada pela audiência

Com a boa resposta das sucessivas adaptações live action de mangás no Japão, era questão de tempo até “Given” receber a sua. Sob produção da já experiente Fuji On Demand e direção de Miki Koichiro (da saga “Pornographer”), será que em seis episódios o resultado foi a altura?

Acompanhamos Ritsuka Uenoyama, um jovem que vivia no automático. Todo dia ele tira um cochilo numa escadaria da escola. Uma vez ele encontra um tímido garoto agarrado com uma guitarra. Mal ele sabia que ajudar Mafuyu mudaria sua vida para sempre.

Pôster promocional

“Given” tinha um ingrato papel de suceder o sucesso da adaptação em anime. Esse fardo pode ter pesado na recepção, em especial perante o público que conheceu a narrativa pela animação, mas o dorama demonstrou ser uma excelente adaptação com uma emoção e interpretação ímpar do ótimo mangá.

A fotografia mais escura, típica do diretor, deu um ar mais sóbrio à série que casou perfeitamente com a narrativa. O trabalho de câmera também foi um dos principais destaques técnicos, principalmente quando fazia o público passear pela cena de forma imersiva, seja em números musicais ou cenas de diálogo comuns

O elenco, inicialmente duramente criticado pela aparência, se mostrou uma ótima escolha seguindo um estilo de atuação típico do país. Suzuki Jin conseguia transpor perfeitamente a confusão do personagem, além de um charme ímpar. É um fato que Sanari é inexperiente como ator, o que pesou em algumas cenas que exigiam uma carga dramática mais alta e intensidade, mas num geral sua performance foi satisfatória, além de sua voz surpreender nas músicas. Essas as quais possuem um charme próprio e não sairão de sua cabeça.

“Given” é um excelente exemplo de como aproveitar o tempo. Apesar de enxuta, a série conseguiu construir de forma crível e cativante a narrativa. Contudo, alguns momentos em especial na reta final se beneficiaram de alguns minutos a mais. O corte final abrupto nos faz torcer para que a sequência já esteja planejada.

Esse live action foi uma boa adaptação que foi subestimada pela audiência. Além de uma composição visual e musical elevada, cativa a audiência a conhecer mais desse universo.