Crítica | 'Gameboys The Movie' é uma boa ponte para o promissor futuro da franquia

Surgida como uma forma de manter a companhia ativa no duro lockdown no início da pandemia de COVID-19, Gameboys se tornou o grande marco do BL filipino ao ser o primeiro ao ir ao ar. A qualidade de roteiro e inventividade da maneira de narrar impressionou a audiência que caiu de amores por Cairo e Gavreel. Mas será que sua sequência em filme fez jus à série?

Cairo e Gavreel estão vivendo juntos antes de Cairo se mudar para o interior das Filipinas. O que parecia uma lua de mel começa a ganhar contornos mais dramáticos a medida que visitantes vão se somando na casa. De uma tia homofóbica, a antigos afetos e amizades, o casal terá de decidir se a distância valerá a pena.

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Sequências são sempre um assunto polêmico no mundo BL. Poucas foram tão bem recebidas pela audiência quanto o trabalho original e "Gameboys The Movie" entra para esse seleto grupo. O longa pode ser dividido em três atos distintos: lua de mel, conflito familiar e vislumbre do futuro. Ao oferecer ao público de antemão um primeiro terço mais romântico, preparou a audiência para o que viria, sanando assim uma grande queixa da falta de afeto entre casais em sequências de BLs. É possível argumentar que faltou uma narrativa proeminente nesse primeiro momento, mas para sorte nossa, não se prolongou excessivamente.

Enquanto a série focava mais na construção do Cairo, o filme toma seu tempo para explorar as relações familiares de Gavreel, outro grande acerto. O grande ponto alto do filme se dá com o conflito entre a tia Myra (brilhantemente interpretada por Susan Africa) e o casal protagonista, com Kokoy de Santos oferecendo sua melhor performance até hoje. Apesar disso, é notável como os conflitos centrais do filme são de certa forma uma repetição do que vimos na série, só que agora aplicados no personagem do Gavreel. Perante a inventividade da primeira parte, esse ponto tira um pouco o brilho.

A trama dos personagens secundários é instigante e a performance de Kylie Velino e Miggy Jimenez como Terrence e Wesley nos fisga de uma forma que torcemos para os quase vilões da série agora amigos dos protagonistas ficarem juntos. Infelizmente acontecimentos importantes que enriqueceriam a trama deles apenas são citados no lugar de serem mostrados.

A sonoplastia é refinada e a fotografia sabe explorar bem o espaço físico não tão grande dado, o que põe GameBoys mais uma vez a frente de seus conterrâneos. O entrosamento do elenco continua ímpar, motivo pelo qual quando todos se reúnem temos alguns dos melhores momentos do longa. Ainda é oferecida ao público uma das mais delicadas e sinceras cenas de primeira vez que já vimos em um BL.

O filme definitivamente não é resolutivo, mas é uma ponte sólida entre o que já há de estabelecido no universo de Gameboys para o futuro. Agora nos resta esperar um resultado tão positivo quanto com a segunda temporada, que já está gravada


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