Crítica | 'Be Loved In House: I Do' é visualmente agradável, mas possui problemas claros de desenvolvimento.

 Be Loved In House: I Do foi a primeira investida da Sanlih E-Television no mercado BL para seu serviço Vidol. Produzido pela mesma taiwanesa que tambem é a chefe de conteúdo da Rakuten TV Japonesa, “I Do” é uma aposta para uma nova franquia sobre casais que tem de viver sob o mesmo teto.

Acompanhamos os funcionários de uma joalheria a beira da falência. Um dia um novo diretor, Yu Zhen, surge impondo a regra de não poder namorar. No mesmo dia, ele se muda para o dormitório da empresa e passa a conviver com o charmoso Shi Lei. O passado doloroso de Yu Zhen pode o ter feito criar essa regra, mas tudo pode estar prestes a mudar.

Pôster promocional

Marcando o retorno de Aaron Lai às telas após o acidente quase fatal de anos atrás e apresentando Hank Wang ao público, o grande acerto de “Be Loved In House: I Do” foi seu elenco. O carisma inegável e o charme que os atores imprimiram aos personagens foi o que tornou a jornada da série boa. O casal secundário também se tornou um ponto de apoio para a audiência, que apesar de um desenvolvimento acelerado, preencheu lacunas da trama principal.

Contudo, aqui temos um claro problema de desenvolvimento. Apesar de poder se argumentar que a série é um slow burn, por diversos episódios vimos o casal principal andando em círculos e parecia que não havia muito a ser mostrado. Ao invés de explorar o passado conturbado de Yu Zhen para assim abrir um caminho para os dois se relacionarem, vimos conflitos baseados em suposições e nunca havia se quer uma fala sobre as dúvidas que permeavam os personagens. Ainda alguns acontecimentos parecem ter sido esquecidos no caminho, como o caso do pedido de casamento entre colegas do primeiro episódio.

Apesar de ter sido uma boa surpresa que a ameaça do ex era na verdade uma ajuda para o casal principal, a reação dos personagens a essa presença eram incongruentes em diversas vezes. Ainda, um epílogo especial que ocupou seu tempo em explicar o passado do protagonista (algo que deveria ter sido feito em meio à temporada) deixou um gosto agridoce após uma boa finale. Apesar disso, a produção visual, sonoplastia e direção se destacaram positivamente e apesar de claros problemas de desenvolvimento, a experiência não se torna tão incômoda pelo êxito nesses outros departamentos. 

A impressão que “Be Loved In House: I Do” passou foi que havia tempo em excesso para o desenvolvimento e ainda assim este foi corrido. Uma série leve com tom romântico e um tanto inofensiva, ainda que com falhas.