Crítica | 'Fish Upon The Sky' mostra que o básico bem feito é o que mais cativa, mas passou do ponto em alguns momentos.

A mais recente obra da prolífica parceria da autora JittiRain com a GMMTV, "Fish Upon The Sky" era o patinho feio dos anúncios de 2021 da empresa. Com pouca repercussão e uma proposta pra lá de convencional, haviam poucas expectativas do público para a adaptação. Mas após sua estreia, vimos que o bom feijão com arroz faz muito sucesso.

Acompanhamos a história de Pi, um tímido rapaz que se vê como o rejeitado social, o que é reiterado por todos ao seu redor, de seu irmão a seu nem tão misterioso amigo virtual. Um dia ele recebe um ato de gentileza do belo Mueang, o que faz ele acreditar que ele é o seu grande amor. Nessa jornada ele conhece o também bonitão Mork, que parece de início ser um rival.

image description Pôster promocional


A fórmula aqui é o clássico que já conhecemos: cara mal sucedido no amor, cujo um estranho bonitão da universidade se aproxima dele. Alguns episódios depois descobrimos que o bonitão é apaixonado pelo excluído desde sempre. O que pode parecer batido, se demonstra uma fórmula imparável de aclamação do público. No caso de Fish Upon The Sky, a comédia pastelão usada, com várias quebras de quarta parede, a auto consciência dos personagens na trama secundária e referências a outras séries são um deleite para fãs do gênero, ainda mais por ser algo leve e cativante em momentos difíceis. O humor corporal de Phuwin e Neo se destacam e a forma leve que momentos pesados sobre baixa auto estima são lidados encanta.

Contudo, Fish Upon The Sky caiu na armadilha de se alongar de mais. Por volta de 4 episódios vemos a trama andando em círculos, que para justificar a narrativa a equipe acabou por introduzir comportamentos de personagens invasivos e problemáticos. Vale ainda pontuar sequências com intuito cômico totalmente dispensáveis que trouxeram queixas das etnias usadas pelos personagens. Não houve um ganho narrativo real no plano do Mork junto ao fã clube e a repetição do Mork se declarar e o Pi rejeitar fez o público chegar a se questionar se aquilo já não tinha passado dos limites. O retrato do fã clube apesar de incômodo, serviu de crítica já que isso o mostrado não fica tão distante da realidade. Outro artifício batido usado foi transformar a garota em vilã nos últimos segundos, por sorte a opção de deixar o grande conflito e reunião condensados no último episódio tornou isso uma questão menor, o que fez essa parte da trama ser inútil. Ainda, a produção modesta em alguns momentos se faz visível na edição de imagem e som, em especial com pausas entre as falas dos personagens.

Um grande trunfo sem dúvidas foi o charme do quarteto principal. Seja pelos visuais ou pelo carisma, com a direção de câmera certa eles se tornaram cativantes ao primeiro play da série.

Foi valioso ver que mesmo com um trabalho de promoção péssimo por parte da companhia, a farofa leve ainda é o que mais vende. Fish Upon The Sky tem seus problemas de construção, mas mostrou-se uma ótima opção para quem só quer se divertir.

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