Crítica | 'Manner of Death' trouxe um frescor inédito ao BL tailandês, mas há espaço para melhoras

Um grande pedido dos fãs de BL tailandês eram séries BL com panos de fundo diversificados, não dependendo totalmente do romance dos protagonistas e que não se passasse em faculdades. "Manner of Death" surgiu como uma grande promessa: Com um ship famoso no papel principal (Max Nattapol e Tul Pakorn), um diretor conhecido por filmes aclamados ("Ma-Deaw Chookiat Sakveerakul", "Dew" e "Love of Siam") e uma trama inédita.

Acompanhamos o Dr. Bun, um médico que se muda para uma cidade no interior da Tailândia, que logo se vê envolvido numa sinuca: o corpo de uma professora dava sinais de homicídio, mas a polícia pressionava para que o caso fosse dado como suicídio. Assim ele se torna alvo, o que o leva a se aproximar do principal suspeito do crime.

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"Manner of Death" é antes de mais nada um sopro de ar fresco na indústria: sem universidades, com personagens adultos e ambíguos, trama intricada e uma locação de tirar o fôlego muitas vezes. Isso somado à boas cenas de romance e uma produção de bom nível dão a ela uma posição no hall de BLs únicos do país.

É impossível não se envolver com o romance de Bunn e Tan e não ficar preocupado com a segurança deles ou enlouquecer vendo as reviravoltas e injustiças da trama. O conforto de Max e Tul um com o outro trás para a série uma sensação de realidade que poucos BLs tailandeses tem. O elenco de apoio não fica para trás no carisma, com destaque para o fofo casal secundário formado por Sorawit e Tat.

Contudo, em certos pontos "Manner of Death" parece ter dado um passo maior que a perna. Dividida entre uma série investigativa de atmosfera sombria e um romance fofo, a inconsistência do tom da narrativa fazia parecer que estávamos assistindo duas séries em uma. Para aqueles que já são acostumados à narrativa policial, fica quase impossível ignorar os furos de roteiro, assim como as conveniências nas resoluções, sendo necessário um desprendimento do público quanto a coerência para não estragar a experiência. A edição dos episódios também pecou em alguns momentos, transformando em obviedade algumas reviravoltas no enredo. Algumas atuações incomodam, principalmente de alguns atores do núcleo principal que não sustentaram as cenas que exigiam mais.

A jornada de "Manner of Death" e a boa recepção na Tailândia mostrou que há sim espaço na indústria local para outras abordagens dentro de BLs. É um caminho que se abre e as falhas na verdade se mostram uma possibilidade de melhora.



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