Por muitos anos foi aguardada a adaptação de Oxygen para as telas. Com uma trama leve e doce, sem grandes conflitos, a produção foi gerando burburinho e ansiedade sobre a estreia. Dirigida por Jane Botta (SOTU S, Our Skyy), a produção tomou cuidado para conseguir fazer jus a riqueza visual descrita na novel, mas algumas questões impediram a série de ser tudo que era esperado.
Solo é um jovem rico que perdeu a capacidade de sorrir após a morte de sua mãe, até que um dia conhece Gui, um órfão que teve de trabalhar desde cedo, num café e a presença de um para o outro se torna fundamental, como o oxigênio. Ainda temos o animado Kao, que se interessa pelo fechado e misterioso Phu. Mas a recusa inicial não o impedirá de correr atrás do amor que ele quer.
É inegável o alto valor de produção da série: qualidade de imagem, múltiplas locações, edição eficaz. Isso distanciou ela muito da média das séries BL tailandesas, contudo apenas isso não foi suficiente. Às vezes séries são ofensivas em seu texto e isso gera uma reação extremista sobre ela, ainda que problemática elas geram engajamento. Outras são comentadas devido sua leveza e capacidade de instigar o público. O grande defeito de Oxygen foi esse: com o passar dos episódios, a série se tornou simplesmente esquecível.
O material fonte apresentava um grande desafio para uma adaptação em série, já que o slow burn de um texto é difícil de traduzir para uma obra audiovisual. Contudo os conflitos e tramas adicionados mais atrapalharam que ajudaram. Figuras cansativas como a fujoshi histérica não caem tão bem hoje. Longas cenas contemplativas sem muito conteúdo acabavam por passar a impressão que nada ocorria. A inexperiência dos atores também foi visível e a falta de emoção nas cenas prejudicou muito a conexão do público com os personagens.
Oxygen é uma série leve e bem produzida e seu charme está exatamente na simplicidade de boa parte da trama, mas faltou uma escrita mais ágil e experiência para fazer dela tudo que merecia ter sido.
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