Produzido para ser o primeiro BL das Filipinas, "Oh, Mando!" teve de ser adiado devido a pandemia e acabou estreando meses depois do previsto. Criado por Eduardo Roy Jr, conhecido por aqui pelo polêmico F#ccbois, teve como base uma comédia romântica com elementos de paródia de contos de fada.
Seguimos a vida de Armando Deputado Jr, um jovem gay que reprime sua sexualidade devido acontecimentos de sua infância. Um dia ele encontra o príncipe com o qual ele sonhava todos os dias: um charmoso, confiante e abertamente bissexual chamado Barry. Frustrado que o homem de seus sonhos já é comprometido, ele decide namorar uma bonita garota que estava interessada nele.
"Oh, Mando!" conseguiu fazer o que diversas outra séries tentaram e falharam: humor pastelão com os conflitos internos de seus personagens. A performance de Kokoy de Santos como o reprimido Mando chama atenção, equilibrando bem os momentos de comédia e drama.
A trama se esforçou para abordar diversos temas de forma responsável: aceitação, bifobia, transgeneridade, mães homoafetivas, saúde mental, traição e família. E ainda que alguns momentos personagens sejam irônicos sobre assuntos sérios, o humor é mais sobre a tragédia do pensamento e não usa desses momentos para o riso gratuito. Contudo, apesar de sensíveis as discussões, muitas foram prejudicadas devido ao tempo disponível. Além da pauta social, o romance foi afetado por isso: somos convencidos a torcer por Barry e Mando, mas tudo se dá tão rápido que não nos apaixonamos da forma como o diretor parecia querer.
O grande trunfo em prol de "Oh, Mando!" foi a escala de produção: por ter sido em sua maior parte gravada antes do COVID-19, podemos ter um vislumbre da cidade de Manila e múltiplas locações. A fotografia pode ser mais ampla, nos dando um senso maior de realidade. Alguns defeitos técnicos de som e maquiagem não chegam a prejudicar a experiência.
"Oh, Mando!" deixa um gosto de quero mais e do que poderia ter sido caso a produção tivesse mais tempo de série para trabalhar tantos temas, mas é uma boa prévia do que o BL filipino pode ser no futuro.
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