Na trama conhecemos Adachi, um virgem que ao completar 30 anos ganha o poder de ouvir os pensamentos das pessoas ao toque, que descobre que o cara mais desejado do escritório, Kurosawa, é apaixonado por ele há anos.
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Transferir de uma mídia pra outra pode ser trabalhoso, seja por clichês que agradam um público não caírem bem na audiência mais ampla da mídia visual, seja por limitações de orçamento. Mas o time de roteiristas e direção soube contornar isso de forma excelente, ainda que a escala da produção tenha sido reduzida, centrando-se essencialmente na casa dos personagens ou no trabalho. Não podendo se apoiar na obra original completamente, pois ainda não foi finalizada, o time encontrou uma solução eficaz para finalizar o arco do romance entre os personagens principais. A estética da série é afiada também, dando vida e aconchego para um escritório. A fotografia alterna entre uma realidade relativamente fofa e cenas de fantasia ainda mais doces.
O romance e confusão de sentimentos foi o grande destaque de Cherry Magic, é impossível não se apaixonar pela doçura do Adachi ou a gentileza do Kurosawa. O trabalho de composição dos personagens feito pelos atores é excelente. Devido ao uso intenso de voice overs para explanar os pensamentos dos personagens, eles tinham de trabalhar dobrado: uma vez atuando sem saber os pensamentos e outra para gravá-los de forma que encaixasse com as cenas. Destaque em especial para a linguagem corporal do Akaso como Adachi. Até os personagens secundários, como Minato, Tsuge, Rokkaku e Fujisaki, subvertem expectativas e enriquecem a experiência proporcionada. O trabalho foi bem feito a um ponto que o fato da trama ter andado em círculos em sua segunda metade e corrido um pouco na reta final não chegou a incomodar o público.
Cherry Magic mostra como a experiência de uma equipe são fundamentais numa boa adaptação. Ainda que tenha gerado incômodo algumas escolhas do último episódio, se consolidou como um dos melhores BLs live action do ano.
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