Crítica | "My Day" é um compilado de clichês bons cujo conjunto da obra não se sustenta


"My Day" surgiu como uma grande promessa para o cenário filipino. Suas produtoras se esforçaram para ainda na quarentena fazer uma série que não tivesse isso como cerne da história. Com um investimento relativamente alto, a equipe estudou bem o que era o BL tailandês e o que agradava os fãs de lá. Mas apenas boas referências não sustentam uma série.

Com a proposta de ser um BL conto de fadas, a história segue o batalhador Sky (Miko Gallardo) que tem de estagiar na empresa do mimado Ace (Iñaki Torres). A rivalidade aos poucos se transforma em algo mais.

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"My Day" tinha tudo: locações reais, atores bonitos, conflitos clássicos do mercado BL, mas tudo isso esbarra na inexperiência da equipe. Bons momentos e diálogos são ofuscado pelo uso preguiçoso de clichês do gênero (namorada ciumenta, pai vilão, inimigos a amigos). Longas tomadas da governanta limpando a casa ou uma aula de zumba na laje da empresa parecem puramente fillers. Os atores flutuavam muito em sua atuação, muitas vezes não por culpa deles, mas sim do roteiro que parecia pular o desenvolvimento dos personagens para dar espaço a cenas fofas ou eróticas.

Apesar de ser inegável a qualidade das cenas de afeto, beijo e sexuais, algumas cenas de close na área genital dos atores incomodam ao serem totalmente gratuitas. O uso excessivo de personagens afeminados ou crossdressers como alívio cômico passa uma mensagem que já deveria ter sido abandonada: a do gay reduzido a ser um palhaço hipersexual. Ainda os longos comerciais de cremes clareadores de pele ficaram de mal tom para uma série que almejava não apenas o mercado doméstico.

Apressada quando não deveria e lenta em momentos desnecessários, "My Day" mostrou que apenas dinheiro ou conhecer o mercado BL não bastam.

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