Crítica | "A Chance To Love" mostra que revisitar o passado pode ser desastrosamente amargo


Com o anúncio amargo de New Siwaj, diretor e produtor da primeira temporada, que "Love By Chance" não teria continuação, por anos houve uma esperança que isso mudasse. Foram conflitos entre autora, diretor, agentes de atores e problemas de financiamento que desgastaram a equipe, que não acreditava que valia a pena o esforço de dar continuidade a trama.

Eis que de surpresa em 2019, convencidos por um famoso cabelereiro e produtor de eventos de Bangkok, foi anunciada a segunda temporada, dessa vez com foco no casal secundário e excluindo o ator protagonista da primeira temporada.

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A autora, ciente de todas as problemáticas de suas obras, demonstrou uma inabilidade ainda maior que no passado de reinventar sua própria cria. Optar por recontar os acontecimentos de Tin e de Can não teria sido tão desastroso caso todos os demais personagens fossem recontados. Sobrou pra nós diálogos desconexos, o desenvolvimento atrapalhado dos personagens demonstrou um claro problema de ritmo e a motivação do elenco de apoio ficou completamente confusa pro público devido a incapacidade da roteirista de reescrever seu próprio trabalho de uma forma que não fosse focada em abusos sexuais, físicos e psicológicos.

O diretor operou em modo automático. Sobrecarregado dirigindo duas séries ao mesmo tempo ("A Chance To Love" foi gravada quase que simultaneamente com "My Gear And Your Gown"), ficava clara a falta de cuidado na iluminação (que deu um tom desnecessariamente soturno a série), som,  direção de atuação e muitas vezes aparecendo até mesmo equipamentos de filmagens.

A dificuldade em fechar acordos com o elenco da primeira temporada piorou as coisas. Alguns atores novatos eram extremamente inexperientes para a carga dramática que os personagens que lhe foram dados exigia. O desaparecimento de alguns personagens relevantes incomodou (em especial, o protagonista) e boa parte do elenco parecia só repetir a mesma cena todos os episódios (seja choro, propaganda ou alívio cômico). O duo principal parecia desconectado em comparação ao que haviam apresentado anteriormente, com o Can se tornando uma caricatura de si próprio.

A experiência de "A Chance To Love" nos mostra que as vezes é melhor deixar o passado inacabado mesmo. Revisitá-lo pode ser pior.

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