Entrevista | Kokoy De Santos, Elijah Canlas e o produtor Perci Intalan de Gameboys


Anunciada de surpresa e como forma de manter a companhia viva em termos de pandemia, Gameboys que contou a história de amor de dois jovens durante a quarentena, veio a se tornar o primeiro BL filipino e a resposta foi extremamente positiva.

Confira a entrevista exclusiva que fizemos com Elijah Canlas e Kokoy De Santos que deram vida a Cairo e Gavreel. Também conversamos com Perci Intalan, produtor do seriado, que nos contou um pouco dos bastidores e criação da série.

CBL: COMO VOCÊS ASSIMILARAM TODO O SUCESSO E RECONHECIMENTO INTERNACIONAL QUE GAMEBOYS TROUXE?
KOKOY: Eu acredito que foi por causa da história e a trama da série, pessoas pelo mundo estão vivendo essa pandemia e se identificam com a série. Alguns se também identificam com Cairo e Gavreel. Nós não esperávamos tanta atenção, então estamos apenas embasbacados/surpresos e gratos.
ELIJAH: Eu ainda não consigo acreditar. Foi muito surpreendente pensar que Gameboys tem apoiadores pelo mundo todo. O fandom desse show é diverso, recebemos presentes de apoiadores de todo o globo.

VOCÊS JÁ FIZERAM FILMES QUE FALAVAM DE QUESTÕES LGBT+ ANTES. COMO GAMEBOYS FOI DIFERENTE PARA VOCÊS COMO ATORES?
E: Gameboys foi o projeto mais acessível que fiz até hoje. Diferente de outros filmes que fiz parte que apenas tinham exibições limitadas em cinemas ou em festivais. Tem mais pressão sobre poder interpretar Cairo da melhor forma possível e uma delas é porque eu sinto que a comunidade LGBT merece isso. O que a história pedir, eu darei meu máximo. E ser parte da comunidade BL é uma bênção e não quero decepcionar ninguém. Cairo é muitas pessoas, quando a audiência assiste, quero que vejam isso.
K: Eu fiz alguns papéis LGBT+ antes, mas acho que o que separa Gameboys dos outros que fiz é a juventude contida no show. É refrescante ver um casal de jovens do mesmo sexo se apaixonando e isso é de alguma forma inédito em nosso país.

QUÃO DIFÍCIL FOI PARA VOCÊS MOSTRAREM SENTIMENTO DE FORMA TÃO SUTIL OU FORTE COMO VIMOS NA SÉRIE SEM ESTAREM NA MESMA SALA?
E: Foi bem desafiador. Especialmente no começo onde ainda estávamos experimentando e aprendendo juntos como esse processo novo de criação de filmes funcionaria. Parecia que cada episódio tínhamos um novo e atualizado processo. E foi difícil pois sou um ator que depende do outro, usualmente eu tomo decisões a partir de como reajo a coisas que meus co atores fazem em cena. Mas nesse processo eu podia literalmente ver ninguém e só ouvir a voz deles. Foi difícil. Mas eventualmente se tornou parcialmente mais fácil cada vez mais. Principalmente devido a orientação de nosso diretor e o melhor roteiro. Isso fez o trabalho ser mais fácil.
K: Foi muito desafiador, pois não se pode ver seu co-protagonista enquanto diz suas falas. Apenas olhamos diretamente para a lente da câmera e é por isso que somos gratos a toda a equipe de Gameboys. Sem eles, esse projeto não seria possível.

ALÉM DAS SEQUÊNCIAS DE GAMEBOYS, O QUE ESPERAR DE VOCÊS NO FUTURO?
E: Não sei muito o que posso falar, mas estou animado pelo que vem por aí e para que todos vejam. Por favor, fiquem ligados!
K: Claro que estamos ansiosos pra começar a segunda temporada. Mas por enquanto eu tenho uma série para começar. O mesmo vale pro Elijah. E com certeza sentiremos saudade um do outro e faremos projetos juntos.

GAMEBOYS É MUITO POPULAR AQUI NO BRASIL, O QUE GOSTARAIM DE DIZER PARA OS SEUS FÃS BRASILEIROS?
E: Vocês significam muito para toda nossa equipe. Então, eu gostaria de agradecer vocês por todo o apoio que tem dado para o show, a IdeaFirst Company, para mim e para meu baby também.
K: Qualquer sucesso que Gameboys e todos tiveram não seria possível sem todos vocês. Somos eternamente gratos. Por favor, se mantenham seguros por aí!.


GAMEBOYS FOI CRIADA NUM ESFORÇO DA COMPANHIA EM MANTER A EQUIPE MOTIVADA DURANTE A QUARENTENA. COMO SURGIU O ROTEIRO? OS ELEMENTOS LIGADOS ÀS DIFICULDADES DO COVID-19 E QUARENTENA FORAM PLANEJADOS?
PERCI: Nossa companhia já produziu filmes e séries com temáticas LGBT+ no passado e sempre quisemos fazer um projeto BL, mas nunca tivemos chance. Ash Malanum, nosso roteirista, antes sempre sugeria conceitos de BL. Quando veio a pandemia, vimos uma oportunidade de fazer uma história de amor ambientada na nossa cruel realidade atual e que podia ser produzida apesar de todas as restrições. Não foi fácil pois a região metropolitana de Manila estava em um lockdown estrito então todos tinham que trabalhar de suas casas, então foi um desafio criativo e logístico para nosso diretor, designer de produção e acima de tudo nossos atores.

O ELENCO FOI UM FATOR DETERMINANTE NO SUCESSO DA SÉRIE. COMO O ELENCO PRINCIPAL E DE APOIO FOI ESCOLHIDO?
P: Temos muita sorte que Kokoy e Elijah já estão em nossa equipe já que a The IdeaFirst Company agencia eles. Ambos são atores muito bons, muito profissionais e fáceis de trabalhar. Então quando tivemos a ideia de fazer Gameboys, oferecemos os papéis a eles e felizmente eles disseram sim de imediato. Adiranna So também é do nosso agenciamento então o papel foi oferecido a ela porque sabíamos que ela poderia fazer maravilhas com ele. Para os demais, tivemos que fazer audições e foi um longo processo onde algumas vezes Kokoy, Elijah e Adrianna foram pedidos passar o texto junto com os aspirantes ao papel para ver se tinham química juntos.

A SÉRIE FOI PLANEJADA PARA TER QUATRO EPISÓDIOS, ENTÃO FOI PARA OITO, DEPOIS DEZ E FINALMENTE TERMINANDO COM TREZE. COMO FOI ESTICAR A SÉRIE MANTENDO A QUALIDADE E COESÃO?
P: Créditos ao nosso diretor Ivan, roteirista Ash e a supervisão criativa de Jun Robles Lana e Elmer Gatchalian. Nos quatro primeiros episódios foram capazes de criar uma fundação para uma história que poderia crescer e crescer. Também pelo o quão bons Kokoy e Elijah são pois conseguiram criar personagens tridimensionais com os quais você se apaixona e que quer ver o que irá acontecer com eles.

QUAIS FORAM AS DIFICULDADES E O LADO POSITIVO DESSE FORMATO DE GRAVAÇÃO QUE A EQUIPE (PRINCIPALMENTE A EDIÇÃO) TIVERAM QUE ENFRENTAR?
P: Tivemos muitas dificuldades — de problemas com a internet da casa de cada um do elenco já que eles tinham que fazer upload de todos os arquivos de vídeo e de todas as tomadas, a problemas com a internet na casa de cada um dos membros da equipe de pós-produção, de grande a pequenos problemas técnicos pois não tínhamos nenhum apoio técnico em nossa pequena equipe. Mas por termos sobrevivido a tudo isso, o time é muito mais preparado para lidar com qualquer problema. Até mesmo o elenco sabe o que fazer com as gravações que recebiam. O elenco, em especial Kokoy e Elijah, tem muito mais experiência no processo de gravação que brinco que eles podem virar cineastas muito em breve!

COM TODO O SUCESSO, O QUE PODEMOS ESPERAR DOS SPIN-OFFS E SEQUÊNCIAS? CAIREEL FARÁ UMA APARIÇÃO EM PEARL NEXT DOOR? O FORMATO DE ENCONTROS VIRTUAIS SERÁ MANTIDO?
P: Temos muitos planos pro universo de Gameboys — tem Pearl Next Door, Gameboys 2, o filme. Também temos um livro saindo, além da linha de roupas. Infelizmente não podemos falar mais que isso porque parte da mágica de Gameboys são as surpresas e reviravoltas na história até na apresentação da série — como quando lançamos ALT.Gameboys EP13.5.

GAMEBOYS FOI O PRIMEIRO DA NOVA ONDA DE BL FILIPINO E JÁ É UM MARCO. VOCÊS PLANEJAM INVESTIR MAIS NO MERCADO ALÉM DO QUE FOI ANUNCIADO?
P: Estamos muito felizes que as pessoas olhem para Gameboys como pioneiro. Com todo o apoio dos fãs ao redor do mundo que nos inspira a pensar fora da caixa o tempo todo, criamos planos animadores apenas para o universo Gameboys. Nós planejamos manter esse universo vivo. Assim como os fãs se apaixonaram por Gavreel, Cairo, Pearl, Terrence e todos os personagens, nós também nos apaixonamos.

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